Como investir na previdência privada?

A decisão de investir na previdência privada é importante, e efetivá-la não se resume a fazer depósitos mensais em um plano por anos até seu encerramento. Desde escolher uma instituição pela qual realizar os investimentos até de fato fazê-los há uma série de etapas pelas quais o investidor precisa passar, realizando análises e pensando de forma estratégica, para ter os resultados esperados.

Neste post, vamos abordar os passos desse caminho e detalhes que têm de ser observados para que as melhores decisões sejam tomadas na contratação da previdência complementar. Então, acompanhe-nos e saiba quais cuidados tomar e o que avaliar.

Escolher uma instituição ou corretora

Como é necessário ter uma conta de investimentos para investir na previdência privada, o primeiro passo para isso é abri-la em uma instituição que opere com as opções do mercado financeiro.

Para isso, é preciso pesquisar entre os players disponíveis no mercado e verificar aspectos como:

  • opinião de clientes;
  • relevância da empresa no mercado em quesitos como volume de capital sob custódia e tempo de atuação;
  • parcerias que a instituição tem;
  • profissionais responsáveis pela empresa e a experiência deles.

Por último, destacamos a necessidade de pesquisar sobre a conformidade da instituição ou corretora diante dos órgãos públicos, pois ela deve ter CNPJ ativo e estar autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a operar. No caso de instituições financeiras, como bancos de investimentos e bancos múltiplos, também devem estar registradas no leque de instituições autorizadas a operar pelo Banco Central.

Após isso já é possível abrir a conta de investimentos e transferir recursos para efetivar os investimentos.

Definir objetivos

A previdência complementar oferece diferentes tipos de contratação de renda:  em resgate único, resgates esporádicos, em renda mensal vitalícia ou em renda mensal temporária. Ou seja, apesar de o objetivo central dela ser a garantia de uma aposentadoria tranquila financeiramente, é necessário estabelecer o objetivo pontual de como essa renda será recebida.

Além disso, também deve-se definir objetivos em relação a rendimentos, pois planos de previdência são atrelados a fundos de investimentos para que os depósitos da previdência complementar gerem rentabilidade até o momento da liquidação. Assim, por exemplo, o investidor pode optar entre um fundo mais conservador e outro mais arriscado, porém com potencial de entregar mais retorno.

Traçar um plano de investimento

Com o plano de investimento o investidor determina onde e quando aplicar seu capital para atingir os objetivos estabelecidos na etapa anterior. Mas não se trata apenas de priorizar opções para aplicação de dinheiro e efetivá-las. Esse tipo de plano vai além, e para ser bem montado tem de levar em conta mais questões relacionadas ao mercado financeiro e ao próprio investidor, o que abordaremos agora.

Analisar o status financeiro

A situação financeira atual do investidor é constatada depois que ele observa números como fontes de renda e seus gastos, entendendo quais são as suas disponibilidades para aplicar periodicamente.

Como podem haver mudanças nas finanças, de preferência positivas, essa avaliação tem de ser refeita pelo menos uma vez ao ano. Assim o investidor pode aplicar mais quando possível ou reduzir seus depósitos caso a situação não esteja tão boa no momento.

Definir o perfil de investidor

Preferencialmente, isso deve ser feito com ajuda de um profissional com experiência no mercado, já que fazer aplicações não condizentes com o perfil pode ser algo perigoso para o investidor e seus ativos.

O perfil define quais são as melhores opções para uma pessoa, como diversificar os investimentos, quais riscos ela pode correr e ainda ajuda no esclarecimento de outros pontos importantes para a realização de aplicações seguras. Dessa forma, quem deseja uma aposentadoria tranquila tem segurança para investir na previdência privada e também no melhor fundo de investimentos atrelado a ela, conforme suas características.

Escolher o plano de previdência e os ativos

Por último, o plano é finalizado e colocado em prática com a escolha do da previdência complementar e do fundo de investimentos que irá gerar rendimentos durante a manutenção do plano.

Também é neste momento que o titular estabelece os valores que irá aplicar em suas opções e autoriza o uso dos recursos de sua conta de investimentos.

Definir a forma de incidência do imposto de renda

O plano de previdência é tributado somente no resgate, mas a forma de tributação é escolhida no momento da contratação. E as opções do investidor são pela tabela regressiva ou progressiva.

Na tabela progressiva o imposto é elevado de acordo com o valor do resgate. Por exemplo, se o investidor decide ter uma renda mensal após a liquidação, seja vitalícia ou mensal, ele paga a alíquota de 15% em cada recebimento que ficar entre R$ 2.826,66 e R$ 3.751,05, considerando a tabela atual. Já se a sua renda mensal do plano ultrapassar os R$ 4.664,68, ele paga 27,5%.

Por outro lado, pela regressiva o que influencia na alíquota é o tempo de permanência no plano. Enquanto a permanência por apenas dois anos gera tributação de 35% na liquidação, a manutenção do investimento por 10 anos ou mais reduz o percentual para 10%.

Assim, para essa definição é preciso levar em conta o tempo que se pretende manter o plano e o quanto se pretende resgatar. Por exemplo, alguém que tenha entre 35 e 40 anos provavelmente manterá os depósitos por mais de 10 anos. Logo, se o objetivo é o longo prazo, é mais adequado optar pela tabela regressiva.

Todo esse caminho que citamos obrigatoriamente tem de ser percorrido por toda pessoa que queira investir na previdência privada escolhendo as opções mais adequadas ao seu perfil  e com segurança de que os resultados esperados serão alcançados.