Custos da previdência privada: saiba quais são

Quando se fala em investimentos e previdênia complementar normalmente se pensa nos resultados que poderão ser obtidos e em estratégias de aplicação, mas não se pode esquecer que produtos financeiros também geram despesas que precisam ser observadas.

Os custos da previdência privada, como os das demais opções do mercado financeiro, influenciam nos resultados obtidos posteriormente e podem ser a base para tomadas de decisões dos investidores.

Por isso, acompanhe-nos para saber quais despesas você terá com seu plano de previdência e para conhecer possíveis custos que poderão aparecer.

Taxa de carregamento

Quando cobrada, a taxa de carregamento normalmente incide com um percentual sobre cada contribuição do investidor em sua previdência. Por exemplo, a cobrança será de R$ 2 para cada R$ 100 investidos se a taxa para o plano do titular da previdência for de 2%.

Dessa forma, a maior parte é investida — que seria 98% dos valores aplicados conforme o caso do exemplo acima. Já o percentual cobrado como taxa é utilizado pela instituição para cobertura de despesas operacionais necessárias à manutenção do investimento.

Além disso, o carregamento pode ocorrer ainda quando a pessoa adere ao investimento ou sai dele, também com percentuais fixos em relação aos valores aplicados. Em ambos os casos, a taxa pode ser reduzida por critérios de tamanho de aporte ou tempo de permanência:

  • quanto maior o aporte na entrada, menor o percentual do carregamento;
  • quanto maior o tempo de permanência no investimento, menor o carregamento da saída.

A boa notícia para os investidores é que é possível reduzir os custos da previdência privada contratando um plano de uma empresa que não faça essa cobrança.

Taxa de administração

Essa taxa é cobrada por todas as empresas do mercado financeiro, pois é ela que remunera corretoras e instituições pela gestão dos investimentos. Logo, não existe a possibilidade de se isentar dela, como ocorre com a taxa de carregamento, mas há como pesquisar possibilidades de evitar pagar um alto percentual.

No momento de avaliar a taxa de administração é importante também levar em consideração a estratégia de investimento e o fundo aos quais o plano de previdência está atrelado para obter rentabilidade.

Por exemplo, uma estratégia mais agressiva, que esteja ligada a opções mais complexas, exige uma gestão mais ativa e que pode gerar rendimentos maiores. Então, é natural que nesse caso a taxa de administração seja maior, até porque a taxa não está atrelada à previdência em si, mas ao fundo.

Quanto à cobrança, ocorre por um percentual anual aplicado sobre o valor total investido. mas calculado diariamente. Assim, no final do ano é tido como resultado o total cobrado sobre as aplicações feitas no período.

Taxa de custódia

Como diz o nome, é uma despesa que os investidores podem ter anual ou mensalmente para as corretoras ou instituições financeiras manterém os seus investimentos sob custódia.

A cobrança pode mudar dependendo do agente do mercado financeiro. Enquanto alguns não cobram taxa de custódia, outros cobram valores fixos, alguns cobram percentuais sobre os ativos mantidos e ainda há os que cobram uma taxa mas concedem isenção a partir de determinado valor investido ou de algum tipo de movimento específico na conta de investimentos.

Taxa de performance

Aqui temos um custo da previdência privada que é bom para os investidores, pois só é pago quando os resultados de rentabilidade superam o indicador de referência.

Ou seja, se as aplicações, e a gestão, do fundo de investimentos relacionado à previdência complementar geram ganhos expressivos, acima das projeções, a empresa que faz a gestão dos recursos ganha a taxa de performance, enquanto quem aplicou também conta com lucro maior.

Por exemplo, o fundo atrelado à previdência privada em questão pode ter como meta manter-se no patamar do percentual de CDI. Nesse caso, se o CDI for superado a gestora poderá cobrar um percentual sobre os rendimentos adicionais.

Imposto de renda

A incidência de imposto na previdência complementar apenas ocorre quando o investidor resgata seus benefícios. E nesse momento a cobrança pode ocorrer de duas formas: pela tabela regressiva ou pela progressiva, conforme o que o investidor escolher.

Na tabela progressiva acontece o aumento da alíquota de imposto de renda conforme a progressão do valor resgatado e de acordo com as faixas de renda e tributo incidentes sobre ganhos do trabalho. Portanto, atualmente teríamos os seguintes números:

  • alíquota zero para resgates de até R$ 1.903,98 no mês ou R$ 22.499,13 no ano;
  • 7,5% de imposto para resgates de até R$ 2.826,65 no mês ou R$ 33.477,72 no ano;
  • 15% de imposto para resgates de até R$ 3.751,05 no mês ou R$ 44.476,74 no ano;
  • 22,5% de imposto para resgates de até R$ 4.664,68 no mês ou R$ 55.373,55 no ano;
  • 27,5% de imposto para resgates maiores ou iguais a R$ 4.664,69 no mês ou R$ 55.373,56 no ano.

Na tabela regressiva o que decide a incidência de imposto é o tempo de manutenção do investimento até o resgate. No momento, temos a seguinte tabela:

  • 35% de imposto para resgates feitos dentro de dois anos;
  • 30% de imposto para resgates feitos entre dois e quatro anos;
  • 25% de imposto para resgates feitos entre quatro e seis anos;
  • 20% de imposto para resgates feitos entre seis e oito anos;
  • 15% de imposto para resgates feitos entre oito e 10 anos;
  • 10% de imposto para resgates feitos após 10 anos ou mais tempo.

Sendo assim, no momento da contratação do plano basta simular ambos os cálculos para identificar qual tabela é a mais benéfica para ser definida como tributação sobre o resgate. E também é preciso observar qual é o tipo de previdência contratada, se VGBL ou PGBL, já que a primeira é tributada apenas sobre os rendimentos, enquanto a segunda modalidade tem todo o resgate tributado — o que altera em muito a base de cálculo.

Agora, antes de escolher o seu plano e ativá-lo, calcule o impacto dos custos da previdência privada para tomar a melhor decisão em prol de seu futuro e dos seus investimentos. E assine a nossa newsletter para receber diretamente em seu e-mail conteúdos que vão ajudá-lo a investir melhor.