Quais são os títulos do Tesouro Direto e como funcionam?
Os títulos do Tesouro Nacional, vendidos pela União para financiar suas atividades, despesas e investimentos, são opções da renda fixa seguras e que, especialmente para o longo prazo, oferecem boa rentabilidade aos investidores. Os rendimentos são gerados por meio de juros e índices de mercado atrelados aos títulos, dependendo de qual deles o investidor escolher.
Apesar de o Tesouro não assegurar o capital dos compradores dos seus títulos com garantias do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), a União historicamente honra com as suas obrigações nesse sentido. Então, o risco de crédito é praticamente inexistente.
Por esses motivos, investir no Tesouro é uma boa decisão, seja focando nessa opção da renda fixa ou diversificando as aplicações dentro da modalidade. E agora, vamos explicar detalhes do funcionamento dos títulos para você ficar melhor informado antes de fazer uma escolha.
Tesouro IPCA+
Como diz o nome, essa opção tem a sua rentabilidade atrelada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) — índice que define o percentual de inflação no país. Mas os rendimentos também contam com uma taxa de juros prefixada, o que o torna um híbrido, já que o percentual de IPCA que compõe os rendimentos é conhecido somente na liquidação do investimento por ser pós-fixado.
Existem duas opções para compra do Tesouro IPCA+: a comum e a que paga cupons de juros semestrais. A primeira trata-se de uma aplicação na qual o capital e o lucro são recebidos pelo investidor apenas quando a opção se encerra, seja pelo vencimento do título ou pela liquidação antecipada. Já a opção com juros semestrais paga os juros calculados sobre o capital a cada seis meses, até que ocorra liquidação ou vencimento e o último pagamento aconteça.
Atualmente, há seis títulos do Tesouro Direto desse tipo:
- IPCA+ com vencimento em 2024;
- IPCA+ com vencimento em 2035;
- IPCA+ com vencimento em 2045;
- IPCA+ com juros semestrais e vencimento em 2026;
- IPCA+ com juros semestrais e vencimento em 2035;
- IPCA+ com juros semestrais e vencimento em 2050.
Comparando as opções, os títulos que não pagam cupons semestrais de juros podem gerar retorno maior pela incidência menor de imposto de renda, caso sejam mantidos até o vencimento. Isso acontece porque o recebimento de rendimentos no curto prazo é tributado com 22,5% de imposto, enquanto no longo o percentual pode cair para até 15%.
Por outro lado, quem pretende contar com os recebimentos periódicos em curto prazo pode optar pelo IPCA+ com juros semestrais, principalmente se pretender utilizar os cupons para reinvestir.
Tesouro Prefixado
Os títulos do Tesouro Nacional da categoria Prefixado têm a rentabilidade formada apenas por uma taxa de juros conhecida no momento da compra, que é aplicada sobre o capital investido quando acontece o vencimento da opção.
Uma particularidade do Tesouro Prefixado é que cada título tem o valor de R$ 1 mil, que o investidor recebe para cada aquisição. Assim, quanto mais distante o vencimento, menor é o valor para compra. Enquanto a opção com vencimento em 2022 atualmente custa cerca de R$ 870, a opção que vence em 2025 custa aproximadamente R$ 700. Ou seja, manter os títulos por mais tempo gera retorno maior.
Ainda existe a possibilidade de investir no Tesouro Prefixado com juros semestrais, cujo vencimento é em 2029. Igualmente ao Tesouro IPCA+, esse investimento paga cupons semestrais de juros aos proprietários dos títulos, mas sempre com juros já conhecidos na hora da aquisição.
Pelas características e pelos prazos menos longos em comparação aos demais ativos, o Tesouro Prefixado é indicado para investidores que visam objetivos mais próximos e precisam ter previsibilidade do capital necessário para isso. De preferência, a compra deve ser feita dentro de um planejamento que assegure a sua manutenção até a data de vencimento, pois a liquidação antecipada pode gerar retorno menor do que o esperado.
Tesouro Selic
Assim como o IPCA+, o Tesouro Selic também é híbrido. Nesse caso, o juro pós-fixado é balizado pelo percentual da Taxa Selic, que se combina com uma taxa prefixada para formar a rentabilidade do investimento.
Entre todos os títulos do Tesouro Direto, o Selic é o que apresenta menor volatilidade, o que o faz ser o mais seguro e conservador dentre todos os oferecidos. Justamente por isso, é um ativo muito adequado para proteger capital e ter retorno acima da inflação garantido em longo prazo. Por outro lado, é a pior das escolhas entre títulos públicos para prazos menores.
A única opção de compra do Tesouro Selic atualmente é o título que vence no ano de 2025.
IOF sobre os títulos do Tesouro
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incide apenas em resgates antecipados feitos no curto prazo, dentro de até 30 dias após a efetivação da aplicação. Como isso não é comum, até porque não é uma boa prática liquidar os títulos no curtíssimo prazo, o IOF geralmente não preocupa.
Para um resgate feito um dia após a compra de um título somente, incide o IOF sobre 96% do valor dos rendimentos. Mas com o passar do tempo ocorre a redução gradual do percentual, sendo que no 29º dia de investimento a incidência chega a 3% da rentabilidade. Depois disso a isenção de IOF é garantida para todas as aplicações.
Imposto de renda sobre títulos públicos
Para o imposto de renda não existe possibilidade de isenção, mas a alíquota pode ser reduzida com a manutenção do investimento por mais tempo — já que a tabela é regressiva, da seguinte forma:
- 22,5% de imposto para liquidações dentro de 180 dias;
- 20% de imposto para liquidações feitas entre 181 e 365 dias após a compra;
- 17,5% de imposto para liquidações feitas entre 366 e 720 dias após a compra;
- 15% de imposto para liquidações feitas depois de 721 dias ou mais.
Essa é mais uma característica que faz com que o investimento no Tesouro Direto seja indicado para o longo prazo, de preferência sempre mantendo as opções até o vencimento.
Tem mais alguma dúvida sobre os títulos do Tesouro Nacional ou como efetivar as aplicações neles? Deixe nos comentários para que possamos ajudar.